Foto: Câmara dos Deputados/Divulgação
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decretou nesta quarta-feira (4) a prisão preventiva da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), após pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR). A decisão também determinou a inclusão do nome da parlamentar na lista vermelha da Interpol, para possibilitar sua captura internacional.
Zambelli foi condenada em maio a 10 anos e 8 meses de prisão por envolvimento em um esquema de invasão aos sistemas eletrônicos do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Segundo a investigação, ela teria se associado ao hacker Walter Delgatti Neto para fraudar o banco de dados do CNJ com objetivo político e de descredibilizar instituições do Judiciário.
De acordo com o STF, a parlamentar praticou os crimes de invasão de dispositivo informático, falsidade ideológica e associação criminosa, além de envolvimento em divulgação de conteúdo falso.
A prisão preventiva foi solicitada pela PGR após Zambelli sair do país pelo Rio Grande do Sul, fugindo pela fronteira com a Argentina. A defesa da deputada confirmou que ela se encontra atualmente nos Estados Unidos, mais precisamente na Flórida.
Em nota, Carla Zambelli classificou a decisão como “inconstitucional e autoritária”. Ela alega que, como deputada federal, só poderia ser presa em flagrante por crime inafiançável — o que, segundo sua avaliação, não ocorreu. A deputada também afirma que a decisão desrespeita a imunidade parlamentar.
A PGR justificou o pedido de prisão com base na fuga do país, na gravidade dos crimes e na tentativa de atrapalhar o andamento do processo. Com a inclusão do nome de Zambelli na lista da Interpol, ela pode ser detida fora do Brasil e eventualmente extraditada, já que é de origem italiana.